sábado, 4 de setembro de 2010

Na completude fragmentada do tempo

Na completude fragmentada do tempo
por Alexandre Nicoletti Hedlund


Há tanto tempo presente em meus pensamentos de agora
olhando pelo vidro não pouco sujo da janela
mas que ainda permite à luz já acinzentada
de um sol que já também cansou de aqui estar
penetrar sobre os móveis tão frios desse quarto.

Há tanto tempo perdido, com coisas que não tiveram sentido
para as quais não houve respostas
para as quais não haverá tempo talvez
mas que se permitem apenas existir
em cada olhar que se lança sobre a rua.

Há tanto tempo futuro que se distancia, como querendo fugir
e, embora a ausência seja a constante no lugar
ainda permite uma certa alegria, disfarçada e tão singela
que não acarreta mais que uma falsa sensação
do pretendido bem-estar, do bem-querer, a "quem-amar"

Há tanto tempo para tantas coisas
projetadas - na parede composta de quadros - pela luz do sol
não significando com isso mais do que sombras
que atravessam e contemplam a escassa chuva
que chega vinda de outros "tempos-lugares"
na completude fragmentada do tempo.

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