sexta-feira, 17 de junho de 2011

Discoteca - e na vitrola agora toca...

Marinheiro Bob, em suas navegações, encontra peças preciosas....

abaixo uma canção para aquecer os corações e rememorar os anos 80....

terça-feira, 14 de junho de 2011

Esquecer para não sofrer?

Esquecer para não sofrer?
por Alexandre Nicoletti Hedlund


Pensando um pouco em política, ou melhor, pensando um pouco mais sobre política, enquanto ouvia algum noticiário sobre as diversas questões políticas que esse país continental bombardeia por dia, detive-me pensando em um fato ocorrido há poucos dias, mas que saí de foco rapidamente, vítima ( sim, vítima) de outras notícias das mais diversas naturezas.

A poeira que vem do Chile, a chuva que destrói a China, o brotinho que mata a Alemanha, tudo acaba servindo de pretexto para se esquecer do Brasil e das coisas que os brasileiros privilegiados em sua atividade democrática tem feito. Não falaremos mais sobre a corrupção que assola o país de norte a sul e trabalha como verme em madeira sã?

Esquecemos tais lesões a nossa cidadania para não sofrer, do estilo: "eles só batem em nossa cidadania quando precisam, mas precisam todo dia!!".

Acho que precisamos repensar até que ponto essa passividade latente na comunidade brasileira é salutar, pois de nada adianta modificar tantas leis como se está a fazer, se, por outro lado, não há questionamento com relação a quem modifica tais leis.

Não seria oportuno uma medida protetiva contra a corrupção?

Preciso refletir mais sobre, mas acho que por enquanto, vamos apanhando, vamos esquecendo, vamos perdoando, até o dia em que seja tarde demais.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Réquiem para Joaquim - Capítulo X

Embora eu tivesse prometido que esse projeto teria apenas 10 capítulos, conviver com Joaquim, durante tantas páginas e histórias, fez-me seu amigo, de forma que, autorizado pela brevidade da vida que nos cerca, preferi escrever mais uma ou outra linha, transformando o "X" capítulo em dois ou três.
Por isso, segue abaixo, o X capítulo que, se apresenta como tal, jamais como o último. Alterei coisas nos primeiros capítulos, mas deixairei tais mudanças para a edição em livro (sonho que um dia realizarei).

Que apreciem Joaquim.


X – Joga-te e descobre

A escuridão cobria minha visão como nas noites vazias, frias e silenciosas do prenúncio do inverno. Em meio àquela escuridão houve luz e novamente a escuridão. Depois a visão ficou turva por uma névoa que surgia lentamente. Logo um vulto se aproximou envolto à neblina e, mesmo a distância, eu o reconheci.
- Caronte, meu velho amigo!
Ele apenas se limitou a sorrir o sorriso dos justos.
Agora eu me dava conta de onde estava e, principalmente, o que derradeiramente seria feito.
- Que belo barco escolhestes para a jornada!
Ele me encarou de alto a baixo, enquanto eu apalpava meus bolsos na vã tentativa de encontrar as moedas.
- Joaquim, seu tolo! Como pretendes viajar se não podes pagar o preço?
- Creio que me pegastes desprevenido.
- Tolo, tu te preparastes tanto para essa jornada e esquecestes do pagamento? Lamento mas te custará caro.
- Como assim?
- Não percebes que a travessia das vidas mal vividas, incrustadas de tristeza e amargura, custa muito além do que tu podes pagar.
- Caronte, meu nobre barqueiro! Não consigo compreender o que pretendes dizer.
- Acompanho tuas amarguras há tanto tempo Joaquim, ou tu pensas que os que habitarão o submundo não são acompanhados desde que começam a desprezar suas vidas?
- Quanto trabalho! – lamentei o labor de Caronte.
- Tu não imaginas quanto, mas gosto do que faço e o chefe não costuma aparecer por aqui. Sou praticamente um autônomo.
Rimos em meio à neblina que envolvia o barco.
- Por acaso tu não tens uns copos para um drink?
Assustado Caronte me olhou.
- O quê? Mesmo nessa hora tão tua tu pretendes beber?
- Se a hora é minha, vamos beber em grande estilo. Acompanha-me?
- Não sei se devo, estou dirigindo.

Rimos novamente e percebi que lhe faltava companhia nesse lugar esquecido pela luz. Embora não tivesse trazido as malditas moedas, não me esqueci de minha preciosa garrafa de Whiskey. Servi-lhe uma generosa dose e aproveitei para acender um cigarro.  O barulho do isqueiro ecoou pela escuridão. Sentamo-nos.
Confesso-lhes, meus caros, que foi uma conversa muito agradável.
- Não lembro de alguém que tenha aparecido com uma dessas especiarias. – Caronte sorvia a bebida com muito apreço.
- Pois então brindemos a vida e a morte!
- Não meu caro, brindemos a vida, pois eu sou a morte.
- Caronte – eu não conseguia parar de rir – tu és uma figura! Se os mortais soubessem o quanto tu és divertido, não lhe temeriam como a morte!
- Joaquim – ele não conseguia parar de rir também – tu és tão amigável quando queres que não consigo entender como deixou tua vida se esvair pelo ralo.
- Também não sei direito, meu caro, mas a vida não foi justa comigo por tanto tempo, deixando as pessoas que mais amei irem com o vento. Quando me vi no espelho, já não me reconhecia mais, já não tinha um sorriso a oferecer, não tinha mais sentido em buscar alguém, pois logo tu farias o teu serviço e eu ficaria sozinho novamente.
- Apenas faço meu trabalho! Espero que entendas!
- Compreensível, mas me questiono a razão de tantas vezes tu ter conduzido meus mais próximos. Por que trouxestes Alicia e meu pequeno filho?
- Eu não os trouxe, eles foram à luz.
- E Sophie?
- Sophie não morreu.
- Não morreu? Então o que houve com ela, pois eu a procurei por tanto tempo e nunca obtive nenhum sinal.
- Não pense mais nisso. Esqueça. Não há mais tempo para isso.
- Tentei esquecê-la, mas não consegui. Amei-a com tanta ternura que minha vida terminou quando eu a perdi. Dali em diante foram apenas tropeços e erros acumulados ao longo do trajeto.
- Joaquim! Creio que seja tarde para falarmos dela. Conte-me mais de Colombo. – Caronte parecia incomodado com a conversa.
- Espere um pouco. Antes me diga o que pretendes esconder mudando o rumo da conversa.
- Não posso falar sobre Sophie, ordens superiores.
- Como assim? O que está acontecendo aqui?
- O chefe me mata se eu contar!
- Caronte, mas tu és a morte. Logo, não podes morrer.
- Está bem! Tu tens sido uma boa companhia e sempre torci que tu vivesses plenamente.
- Conte-me então.
- Em algum momento daquele dia em que tu te encontrarias com ela, houve alguma coisa que mudou o rumo das coisas. Por escolha dela e dos caminhos que ela pretendia seguir, ela não foi ao teu encontro.
- Custa-me crer nisso que me contas.
- Pois é a verdade. Na noite em que vocês se encontrariam e que tu pretendias oficializar o pedido de casamento, ela, pressentindo tal acontecimento, preferiu silenciar o coração e deixou que tu fosses embora. Não duvido que ela até o amasse, mas foram escolhas dela. Adiante ela se arrependeu, ao que me consta, mas alguém próximo a ela, querendo o afastamento de vocês, tratou de informá-la que tu tinhas morrido no regresso, de forma tão verossímil que ela, relutante, acreditou.
- Meu Deus, o que é isso que tu me contas!
- A verdade. Ela sofreu durante algum tempo e nunca se recuperou totalmente, mas a vida seguiu.
- Mas onde ela está agora?
- Ela vive em Paris. Não se casou embora os pretendentes fossem tantos. Tem uma livraria perto do Louvre. Creio que tu passastes na frente com Colombo, mas não a observou.
Fora de mim, levantei e tentei ver uma saída.
- Preciso voltar a viver!
- Tenha calma Joaquim! Não há saídas aqui.
- Caronte, meu ilustre barqueiro, se há entrada, há saída. Eu preciso voltar a viver! Tu não entendes que a razão do meu sofrer se constituiu em não ter Sophie ao meu lado? Agora que sei a verdade, preciso regressar e ser feliz!
- Pobre Joaquim, como pretendes me convencer que tua felicidade dependia de outra pessoa? Tolo és tu ao pensar assim. A felicidade deve estar em ti, nos teus atos, na tua disposição para a vida.
- Caronte meu nobre! Ajuda-me! Ajuda-me!
- Temo não poder ajudá-lo.
- Mas eu preciso entender isso antes de fazer a travessia. Essa é a razão de tal conversa, que eu entenda os motivos!
- Está bem, mas há uma condição!
- Qual seja, estarei disposto.
- Quero que tu dês uma prova de amor verdadeiro pela vida ao retornar para tua vida. Recomeça a viver e seja teu maior amigo, seja aquele que te protege de ti mesmo nos momentos de fraqueza. Aquele que te fortalece e te dá inspiração para viver plenamente a vida pelo tempo que te restar.

Estava realmente surpreso com a proposta de Caronte, pois esperava algo totalmente diferente. Refleti e então lhe disse:
- Está bem, eu aceito a condição, mas peço que eu possa retornar de tempos em tempos para conversarmos.
- Tua disposição me deixa feliz, embora não seja comum que eu, o barqueiro, sinta-me feliz!
- Agradeço-te, oh Caronte, pela confiança.
- Pega em teu bolso esquerdo uma moeda de cobre, segura-a na mão, e pula na água.
- Como assim? Não tenho nada nos bolsos.
- Tu achastes que teríamos uma porta aqui? Quem garante que isso não é apenas um sonho, meu nobre Joaquim? Joga-te e descobre se tu não estás a dormir.
Aquilo ecoou em minha mente. Uma angústia tomou conta de mim.
- Não serão os teus lamentos como a névoa que encobre a noite, mas que se dissipa ao calor do sol? Será que não encobres tua vida com uma névoa, impedindo que o calor do sol dissipe-a e tu possas ver claramente as belezas da manhã?
- Joga-te e descobre!

domingo, 5 de junho de 2011

Felicidade vol. 2

Fantástico...

já me deu várias ideias para novos projetos....

Felicidade nos tempos da era digital

Em um frio domingo de junho eu me senti tão triste e uma fraqueza tomou conta do meu peito. Talvez a falta de sol, talvez a postura, talvez tanta coisa que a própria indefinição das coisas pudesse provocar.
Assim, caminhei passos pesados contra o vento e de certo modo, quando percebi, já estava no sol, já estava melhor, já estava aquecido e a cantar... 

o que eu cantava? poderia ser um segredo, mas acima de tudo, devemos, em tempos digitais, compartilhar a simplicidade das coisas que possam trazer felicidade as pessoas.

escutem o que eu cantava hoje quando dia parecia iniciar tristemente...
Lupicínio cantou comigo...