segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Indiscreto Olhar

Indiscreto Olhar
Por Alexandre Nicoletti Hedlund

Absorto em meus devaneios, 
por um instante tudo parei
e através da janela fitei
tal qual constelação
um céu de tantas janelas,
a brilhar em tantos edifícios.

E como no céu que a todos protege
algumas dessas estrelas
piscavam tão radiantes
as novidades em tantas telas
 enquanto outras menos brilhantes
nada no céu podiam mostrar

E na curiosidade própria de quem
por egoísmo puro, pretende relatar
tudo que se passa nessa vida mundana
por um instante, e, juro, nada mais
pensei comigo
o que faziam os moradores distantes 
dessas janelas-estrelas?

lamentavam quem se foi?
amavam alguém que ficou?
dançavam belles chansons?
sorriam tristezas, choravam alegrias?
viviam canções ou cantavam a vida?
em tons menos claros que lançam nesse céu...

 oh, brilhante céu estrelado!
me perco em tuas luzes
distraindo-me em um indiscreto olhar
que lancei sem querer
sem sequer perceber
que agora também sou
uma estrela a brilhar

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