sábado, 23 de outubro de 2010

Sobre o vento

Sobre o vento
Por Alexandre Nicoletti Hedlund
22 de outubro de 2010

Em silenciosas noites
De tantas chegadas e partidas
De tantos copos vazios
De tangos que não se pode bailar

Uma luz rompeu a escuridão
Por entre as frestas esquecidas
Que resignadas consentiam
Que o vento pudesse passar

E ele, sabedor de tantas coisas
Que somente cabe ao vento conhecer
Infiltrou-se nessa câmara escura
Sem deixar-se fotografar

E numa dança enamorada
Seduziu as cortinas não-brancas
Pela poeira de tantos milênios
Verdadeira poeira estrelar

Ao longe, conversas se ouviam
Risos, passos, coisas assim
Então uma porta logo se abriu
Deixaram o vento escapar

E o vento logo se foi
Pois é livre sem nada temer
Pudesse ser como o vento!
e em cálidas noites voar.

E, espanta-me que tu não entendas
A eterna inconstância do vento
Não macule a sua essência
Não queira o vento mudar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário