Sobre o vento
Por Alexandre Nicoletti Hedlund
22 de outubro de 2010
Em silenciosas noites
De tantas chegadas e partidas
De tantos copos vazios
De tangos que não se pode bailar
Uma luz rompeu a escuridão
Por entre as frestas esquecidas
Que resignadas consentiam
Que o vento pudesse passar
E ele, sabedor de tantas coisas
Que somente cabe ao vento conhecer
Infiltrou-se nessa câmara escura
Sem deixar-se fotografar
E numa dança enamorada
Seduziu as cortinas não-brancas
Pela poeira de tantos milênios
Verdadeira poeira estrelar
Ao longe, conversas se ouviam
Risos, passos, coisas assim
Então uma porta logo se abriu
Deixaram o vento escapar
E o vento logo se foi
Pois é livre sem nada temer
Pudesse ser como o vento!
e em cálidas noites voar.
E, espanta-me que tu não entendas
A eterna inconstância do vento
Não macule a sua essência
Não queira o vento mudar.
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