sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Da Série: se teu pai soubesse...

devaneio de transeunte...


o velho Karl Nietzsche chegava em casa depois de um dia de trabalho pesado na igreja. Sua amada esposa Franziska pediu-lhe, mesmo sabendo que havia se esgotado em seu labor, que pregasse algumas portas do armário da cozinha. Karl arrastou seu corpo até uma despensa onde tentou localizar as ferramentas. De repente se ouviu um grito:

- Friedrich Wilhelm! Onde está meu martelo!

Na sala, o menino de pouca força batia o martelo por tudo, descrente dos efeitos que podia produzir.








2 comentários:

  1. “O martelo fala: ‘Por que tão duro? – perguntou um dia ao diamante o carvão de cozinha; não
    somos parentes próximos?’ Por que tão moles? Ó meus irmãos, assim lhes pergunto eu: não são,
    pois – meus irmãos? Por que tão moles, tão dobráveis, tão molengas? Por que subsiste tanta
    renúncia, tanta abnegação em seu coração? Tão pouco destino em seu olhar? E se não querem ser
    destinos, inexoráveis: como poderão um dia vencer comigo? E se a dureza não faiscar e cortar e produzir incisões: como poderão um dia criar comigo? De fato, todos os criadores são duros. isto lhes deve parecer ventura, colocar suas mãos em séculos como em cera mole – ventura de escrever sobre a vontade de milênios como sobre o metal – mais duro que o metal, mais nobre que o metal.Somente o mais duro é o mais nobre. Ó, meus irmãos! Apresento diante de vocês esta nova tábua: Tornem-se duros!” (NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O crepúsculo dos ídolos: ou como filosofar a marteladas. Trad. Antonio Carlos Braga. 2. ed. São Paulo: Escala, 2008. p. 124.)

    Genial seu post, irmãozinho.

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