terça-feira, 29 de junho de 2010

O Sorriso

O Sorriso
por Alexandre Nicoletti Hedlund  

O sorriso que me lanças
muitas vezes sem querer
me faz um bem à alma,
mesmo sem aparente explicação
pois, ao sorrir assim, oh moça!
meio sem jeito ou modo algum
me apresenta tua doce alma
e encanta meu coração

E com o sorriso que me acenas
na distância que nos separa
talvez não imagines, mas crias
muito mais que uma morada
meu exílio, meu refúgio
faz-se abrigo em teu peito
no qual passo a ser o visitante
pretensioso em poder amá-la

oh tu, moça e teu sorriso
jardim de rosas molhadas de orvalho
guardiã de meus secretos sonhos 
rouba-me constantemente a atenção
retira de mim as palavras
traz confusão aos sentidos
devotos únicos de ti
escravo que sou de teu coração

domingo, 27 de junho de 2010

Tarde, mas não tarde demais

Tarde, mas não tarde demais
por Alexandre Nicoletti Hedlund 

No silêncio da tarde
na bagunça da mesa
tantas coisas dispostas
tantas histórias jogadas assim

A fumaça do cigarro
foi tal companhia
enquanto anotava algumas lembranças
em rascunhos que não se pretende 
mesmo que seja tarde
passar a limpo

chamei Chico para cantar
suas músicas dos velhos tempos
mas as tardes mesmo assim
não deixam de ser silenciosas

notei que entre tantas coisas
faltam tantas outras
e que apesar de ser tarde
talvez ainda houvesse tempo
antes que fosse tarde demais

não entendo tais pensamentos
que ocorrem nessa tarde
será que é próprio da tarde
nos dizer que já é,
mesmo não sendo tão tarde?

e nessa tarde, o sol aquece
mas logo adiante ele também
há de ir embora, pois é tarde
e logo há de escurecer

mas antes que seja tarde
me perdoe por favor
por contar tantas coisas
que em si não formam uma história
sou apenas um trovador
desses que não tem muitas histórias a contar
apenas recordações de algumas tardes
antes que seja tarde demais.

sábado, 26 de junho de 2010

Os dias que passam por nós

Os dias que passam por nós
por Alexandre Nicoletti Hedlund

as vezes me pego pensando
nos dias que passam por nós
silenciosos, chuvosos
alegres, festivos

são tantos dias que passam por nós
que muitas vezes nos acostumamos
tornando seguro o cotidiano
sem dar espaço para novas possibilidades

são tantos dias que parecem não passar
enquanto outros que passam mais rápido 
que a velocidade da luz
e nesses dias que passam por nós
me pergunto onde eu estava
o que fazia...

certamente, por ser transeunte,
vagava de lugar em lugar...
de pensamento em pensamento...
me pego agora pensando
em meio ao cheiro de tinta acrílica
dispersa em cima da mesa

onde eu estava 
enquanto esses dias passavam?

por ser transeunte 
pensei em continuar caminhando
mas agora é tempo de descanso
de reaprender o sentido de caminhar
e de avaliar os rumos da caminhada
nesses dias que passam por nós

pois os dias que passam por nós 
passam rápido demais para não aproveitarmos
e eu passo a considerar
que, a partir de agora,
passarei pelos dias
aproveitando cada pôr do sol
e todos os dias de chuva
pois os dias não passarão mais por mim
mas eu,
transeunte indelével,
passarei pelos dias
colhendo os frutos e flores 
que os dias possam oferecer...
Quanto a ti?
Aproveita o dia também.
 

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Da série: Mais fácil que postar no Blog - vol. 3

Mais fácil que postar no Blog é lutar contra o vento e vencer.